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Brasil

Anvisa quer melhorar higiene de ''comida de rua''

8 Set 2004 - 15h32
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está fazendo parcerias para garantir que a tradição brasileira de consumir alimentos na rua não prejudique a saúde do consumidor. Os técnicos da Anvisa estão trabalhando com o objetivo de aumentar o controle da qualidade dos produtos comercializados ao ar livre. A idéia é treinar as pessoas que trabalham diretamente na fabricação de sanduíches, churrasco, frango assado, acarajé, peixe frito, sucos, sorvetes, a produzir esses alimentos com rigorosos métodos de higiene, limpeza e livres de contaminações.

O manual "As Boas Práticas de Fabricação" reúne normas sobre higiene e segurança recomendadas pela Anvisa durante a fabricação de alimentos. Nos treinamentos, os técnicos da agência também promovem a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, que é um sistema preventivo para evitar contaminações.

O acarajé da Bahia, uma das comidas típicas mais apreciadas no Brasil, agora é nota dez. Uma parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Microempresa (Sebrae), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária está permitindo que as baianas do acarajé melhorem a qualidade do produto vendido em todas as ruas da capital baiana.

O projeto acarajé 10 é um orgulho da baiana Tânia Meire, que faz questão de manter as tradições da culinária de seu estado na barraca localizada no Farol da Barra, em Salvador. Todos os anos, o acarajé recebe um selo de qualidade dos técnicos da Anvisa, que visitam sua cozinha para testar o produto. “Eu aprendi a valorizar ainda mais a minha cultura e as minhas raízes. O curso serviu para melhorar a qualificação no meu trabalho”, explica Tânia Meire. Técnicas de higiene, formas adequadas de manipular e conservar os alimentos para evitar a contaminação são alguns itens ensinados às baianas que vendem acarajé nas ruas, restaurantes e bares da capital baiana.

Tânia Meire diz ainda que hoje adota todos os procedimentos necessários para fazer o acarajé. "Hoje eu tenho uma rotina na cozinha e no manuseio dos produtos que utilizo para fazer a massa do acarajé, o vatapá, o camarão e o vinagrete que não consigo alterá-la”, lembra.
Tânia diz ainda que depois do curso tornou-se uma empresária. “O curso me deu uma noção da quantidade de acarajé que devo fazer para não ter prejuízo, respeitando a demanda de meu dia de trabalho para não sobrar nada. Isso reduz o custo e me livra dos prejuízos. “Eu me considero uma empresária e preciso manter o padrão do produto que vendo para garantir a clientela”, afirma.

O sorvete do Rio Grande do Sul também está na rota de qualidade. A Anvisa constatou, em 2001, que quase metade do sorvete consumido naquele estado apresentava problemas de contaminação. Mas essa realidade mudou. A Anvisa e o Senai implantaram no estado o Programa de Alimento Seguro, que mudou o comportamento dos empregados das empresas para assegurar a qualidade do produto vendido nas ruas.

Ariosto Gomes garante que na sorveteria em que trabalha o consumidor tem certeza de que o produto que sai da loja tem cem por cento de qualidade. Agora se o cliente levar o sorvete para casa e deixá-lo fora do freezer, isso pode alterar o produto, alerta Ariosto.

No Acre e no Ceará, os pequenos agricultores estão conseguindo produzir farinha de mandioca com qualidade. Com isso, eles podem vender o produto para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os técnicos da Conab avaliam e classificam a farinha, que vai fazer parte dos estoques reguladores do governo federal ou compor as cestas básicas que o Programa Fome Zero distribui para as famílias carentes.

Segundo o gerente de Agricultura Familiar da Conab, Paulo Coutinho, a idéia do programa é utilizar o conhecimento do pequeno produtor de farinha, aliado a técnicas que vão garantir ao consumidor um produto livre de contaminação. O produtor ganha na hora de vender a sua farinha, classificada por um técnico da Conab, que paga acima do valor de mercado, explica Coutinho.

No Ceará, o superintendente da Conab, Marco Alverne, diz que 40 toneladas de farinha de mandioca estão sendo compradas dos pequenos produtores do estado. “Além de acabar com a figura do atravessador, o produtor vende a saca por R$ 50, quando no mercado ele receberia apenas R$ 38”, informa. “É bom para o consumidor e bom para o produtor e, com isso, fortalecemos a economia das pequenas cidades com a entrada de dinheiro do agricultor” acrescenta.

O gerente de Qualificação em Alimentos da Anvisa, Fernando Magalhães, destaca que o trabalho, com o apoio do Sebrae, Sesi, Sesc e Senai, dá oportunidade aos ambulantes de entender o processo de produção e comercialização. São ferramentas simples que mostram formas adequadas de manuseio de alimentos. Os cursos são rápidos, com linguagem fácil e acessível para os pequenos produtores, e fazem a diferença tanto para quem vende quanto para quem consome, explica Magalhães.

Os 3,5 mil técnicos estaduais e municipais de vigilância sanitária estão passando informações para os vendedores ambulantes de alimentos e fazendo fiscalizações. "Na hora do corre-corre nas cidades, muitas vezes não temos tempo de escolher. Nosso trabalho é treinar as pessoas que estão fazendo esses alimentos e fiscalizar para garantir uma comida de boa qualidade sem prejuízo da saúde do consumidor”, conclui o gerente.
 
 
Agência Brasil

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