"A abertura do comércio aos domingos"
Antonio Néres*
As mudanças estruturais na economia mundial, criando uma nova revolução tecnológica, com a globalização dos mercados e as políticas de ajustes impostam pelos governos dos países latino-americanos, acabaram gerando uma degradação das condições materiais e de emprego para a maioria da população. O processo de globalização tem gerado um debate sobre a necessidade de mudanças nas instâncias políticas de âmbito mundial, como é o caso da ONU e das políticas e dos programas de desenvolvimento. Como resposta a essa conjuntura, está correto propormos um novo paradigma: o desenvolvimento humano combinando índices de educação, saúde, esperança de vida e emprego.
Nas cidades em que o poder público pode estimular alternativas que compatibilizem o tecido econômico local já existente com os atrativos culturais de lazer, promovendo as cidades e fomentando a geração de empregos, as respostas em geral são imediatas e beneficiam a população.
Essa tese demonstra o momento oportuno para a promoção do debate em torno da flexibilização no horário de funcionamento do comércio em Dourados aos domingos. É preciso deixar bem claro que essa discussão, em nenhum momento, determinou ou sugeriu a extensão da jornada de trabalho dos atuais empregados. Ao contrário, essa iniciativa, caso seja implementada, terá como um dos principais objetivos justamente a admissão de novos postos de trabalho.
O poder público deve criar mecanismos que possam garantir esses novos empregos. Trata-se de uma forma de combater os índices crescentes do desemprego, que atingiu patamares elevadíssimos, nos últimos anos.
Não se trata de um conflito entre lojistas e comerciários. Trata-se de um tema muito mais amplo, com reflexos e expectativas que envolvem toda a sociedade.
A população de Dourados e região será beneficiada com a adoção de um processo de promoção da cidade e desenvolvimento local, na busca de geração de empregos e crescimento econômico.
Entendo que a Câmara Municipal e outros segmentos da sociedade devem colocar na pauta das discussões o assunto, discutindo com a sociedade, com as partes interessadas e sobretudo com a população. Temos que pensar grande. Só assim, colocaremos Dourados, na condição de uma cidade verdadeiramente voltada para um futuro mais promissor.
Estive em Paris e lá quem quiser abrir seu estabelecimento comercial aos domingos que o faça, desde que se respeite a legislação trabalhista. Assim é também em outras grandes cidades, como Porto Alegre, que regulamentou a abertura do comércio aos domingos e até no aniversário da cidade.
Dourados é uma cidade próspera e com toda certeza, dentro de alguns anos será a mais importante do Estado.
E, para que isso aconteça, é precisa que haja um pouco mais de lucidez, por parte dos nossos homens públicos. A cegueira ideológica, não pode de forma e de maneira nenhuma, atrapalhar projetos que possam significar a abrangência dos horizontes de um povo. Dourados, precisa assumir urgentemente sua condição de cidade líder regional. Já perdemos muito tempo.
O Êxito alcançado pelo Centro Mix, o entusiasmo dos comerciantes, a alegria contagiante do presidente da ACID, Jairo de Osti e o sucesso de público e de vendas do evento, são ingredientes bastante significativos para reforçar a idéia de que a abertura do comércio aos domingos trará enormes benefícios para toda a sociedade douradense. Quem viver verá!
O autor é radialista e jornalista
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